quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Retorno

Eu sempre paro aqui...
Ler Memórias do Subsolo, A dócil e Assim falou Zaratustra me fez entender que a solidão faz parte de quem eu sou e as palavras que aqui deposito podem ser ignoradas por você, mas ainda constituem quem sou eu.
"O que é melhor, uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?" Eu quero exatamente entrar no amor carnal, aquele que se realiza entre pessoas que se querem bem e se desejam física e sexualmente, sejam elas hetero, bi ou homossexuais. O amor é sempre amor. Mas o que é esse tal de amor?
Hoje posso defini-lo com a mesma convicção de que um dia morrerei: o amor é algo que sentimos convencionalmente, ora porque queremos garantias de seguranças sociais e morais, ora porque nos cansamos com tantos problemas diários que não queremos ocupar parte de nosso tempo procurando parceiros carnais. O amor é apenas um acessório superfluo e desnecessário que nem para adorno serve mais, como um ventilador de teto velho numa casa que tem ar condicionado.
Apaixonar-se é sem dúvida a experiência mais aventureira e cheia de adrenalina que alguém pode viver. Mas ainda acho que saltar de para-quedas é mais seguro, porque se eu cair, pelo menos morrerei de maneira heróica, enquanto que no amor, se eu cair, perderei meu orgulho e dignidade e passarei por uma estúpida patética e imbecil.
Ser carente é demonstrar fraqueza. Melhor que sejamos frios, não cruéis, mas frios, secos, inférteis e incapazes de reproduzir o que é causa de tanto sofrimento humano....
O homem que não sei o nome me falou através de Dostoiévski que está no nosso controle se apaixonar. Eu escolhi proteger a mim mesma...
Porque de toda forma vou sofrer. E quem disse que sofrer é ruim? Mas já que é para sofrer, que seja pelo menos de forma elevada, com dignidade e nobreza de um herói trágico e não com o descontrole e desajuste de um herói romântico.
Que eu seja conscientemente infeliz por minha própria escolha e nobreza como Antígona e não como a pobre coitada e fútil Luísa.


E que eu não morra de amor, nem por amor. Que eu morra por um Bem maior!