Existem coisas que não podemos negar... E em se tratando disso, quanto a mim, negar o inegável é uma indignidade sem tamanho. E como não me considero uma pessoa indigna, eu preciso reconhecer as coisas tais como elas são.
Eu sou uma pessoa sozinha. Sempre me senti assim porque sempre fui, nunca tive e nunca terei alguém, nessa terra, todo ele para mim. Muitas pessoas tem essa sorte, ou azar. Eu poderia ter tido o meu ex-marido, mas desisti dele antes que eu descobrisse que meu caminho é solitário mesmo. E nessas malditas voltas que o mundo tem dado, eu ainda tenho me arriscado a lutar contra o destino e contra essas forças superiores que nem a religião, nem a ciência e nem os ateus conseguiram explicar ainda: eu sou um ser humano solitário, sem ninguém para mim. Tenho bons companheiros e boas companheiras de dias, mas ainda sou um ser solitário.
Minha mãe me liga de vez em quando, meu pai nem isso. A grande utilidade do Facebook em minha vida é me manter ligada através de um chat aos meus dois irmãos e aos meus amigos mais próximos... esses amigos próximos moram a quilômetros de distância de mim e só os vejo em período letivo, na faculdade.
Tenho um namorado que me visita todos os dias, e são essas visitas que ainda dão um certo sentido à minha vida, pois ele ainda me lembra que sou um ser social. É um cara ótimo, legal, divertido, e me faz sorrir, tem um senso de humor impecável, e é um eterno apaixonado, mas não por mim...
E pelo mesmo motivo que não posso mudar minha natureza solitária, eu não posso mudar a natureza dessas pessoas que tem coisas mais importantes para amar que eu.
Entendo que as pessoas estão ligadas a alguma forma de transcendência, acho que não consigo abolir essa maneira de pensar da minha vida...
Enquanto fico nesse blá blá blá idiota e depressivo, tenho 3 artigos para serem entregues até o final dessa semana, mas meus dedos só conseguem reconhecer o quanto sou infeliz, e não o quanto sou inteligente... Até porque inteligência não serve para nada nesse mundo de seu deus! Eu queria mesmo era ser feliz! Trocaria toda minha formação cultural por uns minutos de felicidade antes de morrer. E queria morrer antes dos 30, porque viver é um tédio!