sexta-feira, 14 de outubro de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Escrito 2
Uma vez, um moço que tocava violão me falou que o amor são pequenas lagartas que moram em nosso estômago e que devemos mantê-las sempre lá. Fiquei me perguntando sempre porque deixá-las guardadas se elas são criaturinhas tão pequenas, rastejantes e inofensivas... Depois de tanto refletir sobre isso, resolvi deixar algumas pequenas escaparem de propósito, com muita diligência.
As pequenas danadas, assim que viram a luz do sol, transformaram-se imediatamente em borboletas lindas de asas coloridas e aspecto amigável. Voavam livremente pelos ares acessíveis e sempre me traziam, ao final do dia, agradáveis aromas florais.
Mas.... uma pequena rastejante permaneceu em meu estômago, eu tinha me esquecido de libertá-la. Ela desceu para meu intestino e me causou uma infecção generalizada quando começou a roer as paredes das minhas vísceras.
Essa coisa ficou um tanto “absurda” aos moldes kafkianos e, na dor terrível, entrei em estado de delírio, a febre dominou meu corpo, e fui submetida ao coma induzido...
Minha mente executava viagens surreais arbitrariamente, sem que eu pudesse ter qualquer controle ou qualquer vontade.
Numa tarde seca e fria, com o sol se pondo na janela do hospital, Gregor Samsa metamorfoseado em inseto repugnante me visitou possuído de um sentimento de reação inexistente em sua primeira narrativa. Seu ódio era contra mim. E, com toda a fúria dos titãs homéricos, Samsa invadiu minha segurança como um criminoso incestuoso consciente e orgulhoso de seu pecado.
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Tive uma gestação difícil. Meu ventre abrigou um feto por nove exatos meses durante meu coma induzido... E a lagarta continuava a me devorar viva, enquanto médicos engajados tentavam reconstruir meus órgãos com células-tronco.
Com muita insanidade, alguém que não reconheço acreditou que deveria-se executar o “parto natural”, mas bem no meio do caminho, os problemas se agravaram, sendo então obrigado a usar o fórceps no meu esfíncter vaginal. Embora eu estivesse “anulada” de minha consciência, senti a dor em meio a mais uma das viagens que em meus mais felizes momentos assemelhavam-se a quadros de Magritte.
Muita dor, muita dúvida, muito medo.
Minha mãe, em homenagem ao sentimento mais comum de toda a minha vida, e com muito receio de não ouvir mais a minha voz, deu à minha criança o nome de Tristeza.
10 anos se passaram.
As borboletas ainda viviam e voavam pelos belos jardins do mundo, minha criança já era pré adolescente, e nunca mais voltei a ver Gregor Samsa, após sua segunda visita, que aconteceu depois do parto, na qual ele abriu meu ventre e devorou a lagarta que me aniquilava.
Enfim eu despertei! Acordei de um sono profundo de contos de fadas. Em minhas lembranças, eu sabia que era mãe. Toda magra e debilitada ainda queria sentir o gosto da felicidade e resolvi levar minha bela criança para passear. Por acaso não tão acaso passamos pelo quintal de uma casa em que minhas borboletas estavam a visitar. Minha querida filha Tristeza estava com muita fome e seu prato favorito era borboletas coloridas... De uma só bocada, não vi existir mais nenhum ser alado em meu redor...
Um dia desses, encontrei o moço do violão e contei a ele toda essa história, mas ele não acreditou em mim...
Escrito 1
Existe prazer na dor? Porque só sinto que existo quando sofro? Porque só penso sobre mim quando percebo que não tenho nada e não sou nada? Isso acontece com determinada frequência... Não se trata mais de fases, mas sim de um ciclo constituídos por anéis (ou círculos) dantescos. Mas não chega a ser inferno, pois logo passa; é só ver um sorriso seu que tudo fica bem de novo! Mas poderia ser o sorriso de um outro qualquer... Três pronomes indefinidos na mesma frase: que loucura eu cometo?!?
Eu queria ficar para sempre de um jeito, do mesmo jeito de sempre. Não queria continuar esperando Godot pelo resto de minha vida... Eu quero fazer a prece e partir sem qualquer corda no pescoço.
Comer e dormir: essas seriam minhas únicas atividades se eu fosse uma lagarta. E se eu fosse uma lagarta, eu me metamorfosearia em borboleta num dia qualquer; e se eu me tornasse borboleta, eu poderia voar para algum jardim e escolher a melhor flor.... Mas NÃO! Eu não sou lagarta, nem borboleta, nem flor... eu sou o jardim, o maldito jardim que espera visitas de beija-flor e colibri, mas nem pardal aparece....
Uma coisinha do dia 08/07/2011
Cão e gato
Eu tenho um gato escaldado com medo de água fria e cão que caiu do caminhão da mudança. Os dois se deitam e rolam no meu colam, batendo suas patinhas excitadas nas minhas mãos carinhosas. Eu amo os dois, mas eles são grandes, gordos e peludos, não cabem ao mesmo tempo em mim por causa dum monstro gigante que carregam consigo chamado Ciúmes. E meu amor não sabe para onde vai. Ele migra da capital para o interior se eu estiver em direção oposta. Ele é mesmo um sacana comigo. E eu choro a noite toda sozinha, sem nenhum monte de pelo para aparar minhas lágrimas. Acho que vou dar os dois para a adoção e comprar um peixinho beta...
terça-feira, 26 de julho de 2011
TPM
domingo, 10 de julho de 2011
Gato escaldado com medo de água fria
Adendo do dia 09-07-2011 ao “Gato escaldado com medo de água fria”
Boa noite, meu amor! Durma bem você também...
Depois de ler Charles Bukowski
O gato arisco passa a noite chutando pedrinhas no asfalto ou lendo “O amor é um cão dos diabos”, enquanto eu o mantenho preso nas teias da minha erudição... Ele é um gato escaldado com medo de água fria.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Fraturado
domingo, 19 de junho de 2011
Reeditado
Leão 2 e a Lua de Santo Antônio
sábado, 18 de junho de 2011
Leão 2 e a Lua de Santo Antônio
sexta-feira, 10 de junho de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Para minha perna
Quando você foi amputada do meu corpo, eu não imaginei que poderia doer mais agora do que quando me foi tragada....
Minha linda perna, preciso de Camões e Petrarca para suportar a sua ausência
Idealizo uma perna tão perfeita e idêntica a você e,
Em meus sonhos ideais, eu caminho sobre você com a liberdade do Amor verdadeiro
Eu quero andar novamente...
Leão
Coração de papel
Mãos de tesoura
Cortou minhas feiuras e as pegou para si
Como consegue se embriagar assim???
Suas mãos cortaram de mim o que eu queria plantar em você...
Ainda tem raiz e sensação
Saudades é a palavra que posso usar quando quero dizer Amor, mas não posso por falta de provas!
Confissão
Eu quero confessar que minha vida tem passado por peripécias e mais peripécias: de um dia para outro, ou simplesmente de uma hora para outro, tudo muda radicalmente e eu não consigo me acostumar com isso... Quando são coisas boas que me acontecem, eu me assusto, quando são coisas não tão boas, eu me machuco....
Eu não consigo entender porque tudo é tão diferente para cada um de nós. Eu queria tanto você comigo agora... Aliás, eu queria o ideal de você que construí para mim... Eu tenho literalmente pensado em você o tempo todo em minha vida, como se você estivesse nela do jeito que eu sempre quis...
Eu odeio pensar em como as coisas estarão mais impossíveis amanhã, mas a dúvida me faz acreditar que eu poderei achar boa essa impossibilidade...
Por favor, venha para a minha vida de verdade...
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Contenha-se
Com o suor escorrendo
Pelo velcro dos pelos
Com o zíper aperto
o desejo em dedos convulsos
Eu quero você por dentro!
Eu quero você mais perto!
Eu quero você mais
Eu quero você
Eu quero
Eu.
Caos
O mundo conspira contra mim
E eu não sei o que fazer
Não tenho pra onde fugir...
Poema para Jampa
O vento balança as
folhas do meu poema
Vento úmido, quente e
agradável
Que me mostram
como belamente, a
Natureza combina sal,
areia e água.
Meu poema é assim:
Combinação de elementos que
compõe uma bela praia
de mar verde.