domingo, 31 de maio de 2009

Os amantes



Eu não vejo mais
Com olhos carnais dentro das órbitas
Eu o vejo sempre a percorrer lugares inóspitos
do meu coração desesperado, fechado, calado
Sou tão sozinha ao seu lado
Piso o mesmo chão que passa por debaixo de seus pés
Encontro consolo a esperar
do futuro a surpresa do seu amor que já conheço

Se eu tivesse que deixar de ver para apenas te amar
Não precisaria ofertar menos que minha vida
Pois é tudo você!

Trocadilhos infames

Preciso de mais trocadilhos infames...

F I M

P. H. (Para o Horizonte)

Para o horizonte olho e vejo os braços daquele que me acolhe com amor/O amor responsável e ambicioso que me dá força de viver e revivê-lo/Não posso amar mais ninguém pois quem eu amo está vivo e, como dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, dois amores não convivem simultaneamente em meu coração.

Sem pudores

Aqui posso ser eu mesmo, sem máscaras...
Não tenho pudores, vergonhas, cuidados...
Estou totalmente nua para você!

Exponho-me
As dores
Os amores
Os sucessos e insucessos
E exponho aqueles que dão sabor e aroma à minha vida

Resposta ao olhar do poeta alvo

Caro Henrique, respondo a você, com a elegância e a fineza que você merece. Meu olhar sobre você não poderia ser menos denso que o seu sobre mim. Adorei a metáfora da flor de pedra que comigo construiu hoje! Não esqueças de que és um belo poema (e o mais vivo de todos) do livro "Fazedor de Helissa"









Alvo, possuis palavras fortes como pedras
E doces como a flor
De onde sai o poder que tens de tocar
a alma da poeta?
Ao ler-te, uni-me eternamente a ti
através do pacto da palavra
Roube-me diariamente palavras que
quero dizer, palavras que quero escrever,
palavras que quero cantar
Seque minha garganta na tua
Voz
Mate-me de exaustão na tua
Composição
Porque em ti encontro a face de vários
poetas
E recomeço o que não tem fim
Motivado não pelo laço da sangue
Motivado pelo do pacto da palavra.
*
*
*
A palavra nunca morre, Caro Poeta Alvo!

A flor de pedra

Vejo brotar do asfalto uma flor:
Drummond já havia-me dito.
Ela é feita de força.
A guerra no mundo enche-me de tédio
A guerra dos meus eus sucumbe o
Eu - lírico
Então, de onde vem o poema?
Da flor de pedra
Da dureza da vida
Do amargo do amor
Dos fracassos terrenos
Da plenitude natural
Do equilíbrio espiritual
Que não tenho.
As agruras diurnas (ou noturnas) são diárias
Cotidianas, rotineiras, repetitivas, repetidas, redundantes
Trazem àquela que lês imensuráveis dissabores,
Eu sinto dores!
Mas flores de pedra, duras como o asfalto,
Suaves como rosas vermelhas trazem-me
sabores fortes e suaves, paradoxais, contradições ambíguas
Dúvidas
O poema resolve...