O poeta moderno é lírico, crítico e teórico. Não se deve mais falar em inspiração. O termo mais adequado para a lírica contemporânea é a exatidão utilizada por Ítalo Calvino.
O leitor moderno também mudou. Ele não espera que o poema lido venha acrescentar ou relembrar experiências emocionais e sentimentais de sua vida ou de outrem. Ele espera participar do poema, com sua leitura. É como se a obra viesse com lacunas que só a sua leitura poderia preencher. Ele também é crítico, é poeta.
A experiência muda. Ela é individual e coletiva em sentido ambivalente. As duas forças opostas vão de encontro e se unem fazendo o conjunto da obra funcionar de maneira perfeita. Os poetas do passado tradicional devem ser revelados no talento individual do poeta e, para que esse consiga realizar tal projeto, deve carregar consigo a aptidão de julgar, isto é, ser crítico e teórico.
E, por fim, Filosofia da composição é mais uma poética do que ensaio ou qualquer outra coisa que seja diferente da primeira, pois assim como Aristóteles, Longino, Horácio, Boileau e Victor Hugo, Poe estabelece padrões que direcionaram e ainda direcionam qualquer estudo responsável sobre a lírica moderna.
Sandman
Há 10 anos

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