Teorizar e refletir sobre literatura é o papel fundamental das poéticas. Têm-se conhecimento de poética propriamente dita de Aristóteles a Victor Hugo. No romantismo norte-americano, Edgar Allan Poe modificou a forma de compor e pensar poesia com Filosofia da Composição, tratando-se de um ensaio que analisa e explica como o poema O corvo foi produzido. Isso influenciou poetas europeus, sobretudo os franceses, como Charles Baudelaire e, na poesia moderna brasileira, tem-se vários, tendo como foco nessa pesquisa, Manuel Bandeira , João Cabral de Melo Neto e Paulo Henriques Brito. Ajudam a explicar essa reflexão teóricos como Roland Barthes, João Alexandre Barbosa e T. S. Eliot. Através de metalinguagem (metapoemas) e paratextualidade (textos paralelos à obra), poetas brasileiros, assim como Poe, conseguiram fazer o que uma poética tradicional fazia até Victor Hugo: refletir, criticar, analisar e teorizar a literatura. Além disso, os três líricos brasileiros concordam com Poe no que diz respeito a poesia não ser fruto de inspiração, mas sim, o resultado de um trabalho árduo e concentrado. A partir deles, pode-se pensar que a poesia é palavra viva e feita para pensar. Assim, o poetar deixou de ser apenas um ato de sentir para ser um ato de compor.
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