terça-feira, 15 de abril de 2008

Canção V
Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio,
se me amas, podes dizer que não.
Pouco me importa
ser nada à tua volta,
sombra, coisa esgarçada
no entendimento de tua mãe e irmã.
A mim me importa, Dionísio, o que dizes deitado ao meu ouvido
e o que tu dizes nem pode ser cantado
porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor.
(Ode descontínua e remota para flauta e oboé: de Ariana para Dionísio - Hilda Hilst)
Interessante é como a Literatura fala por nós e por si mesma...
Sei que meu amigo Gabriel Henrique não leria isso, mas pensei em Hilda Hilst, penso em Dionísio, penso em Safo, penso em Catulo e penso nele...

Um comentário:

Gabo disse...

Que lindo! Não digas que não me importo, pois para mim a tua amizade é muito importante! Beijo grande "Safo reencarnada"!